9 de dez. de 2010
Polícia e imprensa...
Postado por
Estado Menor - PM do Acre
às
9.12.10
A Policia sempre trabalhou com o apoio da imprensa, ora em altos ora em baixos.
Um relacionamento sadio com a imprensa é essencial para uma polícia como a nossa que, agora, trabalha pautada em índices criminalísticos e referenciais. Uma divulgação responsável desses dados ajuda no controle da "sensação de segurança" da sociedade. Esse sentimento de resguardo que a sociedade necessita é o principal prejudicado no caso do sensacionalismo que a mídia (TV, Rádio, impressos e Internet) pode ou não fazer.
Um exemplo de relação cristalina entre a polícia e os meios de comunicação ocorre no estado de São Paulo. Programas como Brasil Urgente, da Rede Bandeirantes, encabeçado pelo apresentador Datena, é campeão de audiência no país e um ávido apoiador da polícia..
Um fator que impulsiona a imprensa a fazer sensacionalismo é a busca incansável pela audiência, que é conseguida através de muita exposição de perigo e inversão da imagem do crime. É importante destacar que isso é possivel porque nós, enquanto telespectador, somos atraído pelo macabro, pelo que é diferente. Marcos Rolin, Jornalista, mestre em Sociologia e doutorando em segurança pública, cita em seu livro - A Síndrome da Rainha Vermelha - um bordão jornalístico criado por Jhon Bogat, editor do Jornal New York Times, que diz ;
"Se um homem for mordido por um cachorro isso não é notícia, mas se um homem morder um cachorro..."
Isso quer dizer que nem sempre a "notícia jornalística" está voltada para a realidade, mas para aquilo que num contexto próprio pareça surpreendente.
Com isso Percebemos a pujança midiática com capacidade de enaltecer ou mitigar os esforços desprendidos por orgãos de segurança do estado.
Agora fica claro o papel que a assessoria de imprensa pode desenvolver em nossa corporação. Assessoria é responsável pelo trato da PMAC com os meios de comunicação local. Deve zelar, primordialmente, pela imagem dela frente à opinião pública.
No caso real da PMAC nossa assessoria desenvolve um bom trabalho no que alcança. Um site (PMAC.com) bem administrado e o lançamento anual de uma revista são provas disso. Porém com efetivo reduzido fica impossibilitado de responder a todas necessidades. O que fica mais pendente é uma das principais atividades que a assessoria poderia desenvolver, o relacionamento midiático citado no início deste texto.
A falha posta-se na abordagem da imprensa. os policiais sem ter outra alternativa ligam na hora da ocorrência para um jornalista "amigo" que vai ao local e realiza uma abordagem, muitas vezes, tendenciosa ao sensacionalismo com uma linguagem viciada, (assalto no lugar de roubo, por exemplo) desprovida dos termos técnicos. Ou quando a guarnição chega no local, lá estão os repórteres com uma versão pronta a espera da declaração de um PM para dar credibilidade a matéria. O que deve ser feito é: A polícia leva os agentes e o material para a delegacia, realiza pesquisas, colhe dados em fontes seguras e em seguida os repassam a imprensa para as devidas divulgações. No local da ocorrência seria feito apenas a captação de imagens.
Temos agora uma "Equipe de Imprensa" que está em quase todas as ocorrências da PM. Esses policiais (dois se não me engano) são formados em comunicação social e tentam diminuir esse interregno existente entre a Corporação e a Imprensa. Esperamos que continue e aprimorem cada vez mais esse trabalho e traga resultados para que a imprensa e a corporação veja esse ponto como fundamental ao nosso trabalho, pois assim é. (o número deles está em todos os Celotex dos Batalhões 9971-6169)
Um relacionamento plácido entre a Polícia e a Imprensa é essencial à manutenção da ordem pública e antes de um capricho trata-se de um serviço social feito por essa e um dever a ser cumprido por aquela.
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O relacionamento entre polícia e imprensa é algo que devemos ter um devido cuidado. Cito alguns pontos:
ResponderExcluir1) o cuidado com o local de crime: a cerca de dois anos a jornalista Paula Costa foi ao local onde policia do 1º BPM havia encontrado um laboratório de refino de cocaína. Quando os criminosos viram os militares sairam correndo deixando papelotes e mescla pelo caminho. Os militares deixaram que ela tocasse na droga, posesse na mão e levasse ao encontro da câmera. O jornalista tem apenas que mostrar, não precisa tocar. Isso acontece também em locais de homicídios, fotojornalistas e cinegrafistas querem entrar na área isolada em busca de uma "boa imagem" e pode acabar por prejudicar o trabalho da perícia.
2) A confiança: cerca vez conversava com uma jornalista policial da capital e ela falava que toda vez que via um policial bater em alguém, ela pedia para desligar a câmera. O certo e não bater a não ser em legítima defesa, quando o infrator esbosse reação. Até hoje, de fato, não houve qualquer denuncia de veiculos de comunicação fazerem denuncias contra pm's nestes termos.
3) Saber dividir os jornalistas: existem jornalsitas e jornalistas, assim como há pm's e pm's. É importante que quando o policial decida fazer a chamada para um jornalista ele de fato conheça o trabalho do profissional da imprensa. No caso da Andrea Ambrosio, teve uma jornalista que desceu o verbo nos militares, mesmo sem provas e não se preocupou como o mínimo de objetividade na máteria. Não venham me dizer que objetividade não existe, existe e no jornalismo serve para diminuir o grau de subjetividade, são métodos e técnicas que nos possibilitam isso.
4) Existe uma história que os jornalistas policiais possuem um rádio da PM. Alguém já viu? Vou me resumir a isso.
5) Trate o jornalista com profissionalismo. Geralmente o que eles desejam saber é: o que aconteceu? Com quem aconteceu? Que horas? Existem algum suspeito? Quem foi preso? Para evitar que problemas para os militares, basta responder de forma suscinta o que for perguntado. Lembrando que deve-se falar sempre do meliante na condição de acusado, que julga é o juiz, embora possuamos uma forte tendência a isso, o que é compreensivel.
6) O governo de fato lançou uma equipe de jornalista pm's para trabalhar na secretaria de segurança e tem um jornalista profissional acompanhando. Não concordo com essa formação. Acho pouco proveitosa, quando estava na PM-5 não concordei e mais uma vez não concordo. Isso porque: a) não dão as condições necessárias para os militares trabalharem;b) isso não é assessoria de imprensa, é jornalismo comum, pra isso não precisa já temos vários; c)Assessoria de imprensa se faz com planejamento e esse não é o caso; d) Mais do que assessoria a PM, essa equipe assessora a secretaria de segurança; e) existe uma forte tendencia de que essa atividade tenha o objetivo de calar o jornalismo policial na capital, a exemplo do que aconteceu com o jornalismo politico; f) as matérias produzidas por essa equipe não está saindo em lugar nenhum, nem no site da PM; g) Não concordo com notícias policiais no site da PM, o melhor e levar informações sobre saúde, leis, coisas da caserna, fazer um bom trabalho com o público interno, pautar as conversas na PMAC e ao mesmo tempo pautar a imprensa com informações pertinentes e relevantes, o que não acontece. Fico por aqui.