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19 de nov. de 2010

Reagir ou não a um roubo?





 Essa pergunta soa diferente aos ouvidos de um policial. 

Para nós policiais a sensação de sofrer a subtração de um bem mediante violência ou grava ameaça é, sem dúvida, mais dolorosa que a sentida por qualquer outra pessoa. Constantemente estamos submetidos ao crivo da violência impetuosa que ataca os cidadãos – ainda mais porque quando estes são vítimas de um roubo nós estamos lá para tentar solucioná-lo. Muitas vezes, envolvido pela perda da sensibilidade frente aos crimes – normal quando falamos em profissão - diga-se os médicos e enfermeiros frente a lastimosas feridas – podemos ser “negligentes” ao tentarmos “nos defender”.
Em nosso trabalho nos deparamos diariamente com vítimas de ”assaltos” e nossa orientação é: “nunca reajam, a vida vale mais que o bem material”. De repente, num momento de reflexão pensamos “e se fosse eu”?
Cada situação exige uma determinada atitude e a nossa é precipuamente voltada a “reação instintiva”, movida pela não aceitação àquela ocorrência criminosa, até mesmo, negligenciando o risco de morte. É importante que se diga, nossa reação ocorre não em função de um possível dano material, mas, como dito, pela não aceitação daquele delito, daquele criminoso ao qual combatemos diariamente nas ruas.
Nas últimas semanas tivemos exemplos infelizes ocorridos em outros estados (Vídeo). Há não muito tivemos um exemplo aqui no Acre - lembrando o episódio do saudoso SD Edivânio que reagiu a um assalto foi baleado e morto. Estavam errados? Nunca poderíamos responder essa pergunta sem incorrer em um grave erro, no mínimo, egoísta e insensível, pois é fácil respondê-la na situação em que estamos agora, sobre uma cadeira dentro de uma sala, possivelmente no amparo do lar. Só poderá falar da “situação” quem nela esteve.
Fiquemos alerta quando formos entrar em um estabelecimento comercial, banco e até mesmo caminhando pela rua – mesmo que sua esposa diga “você parece um neurótico” – dessa forma podemos “antecipar” e não “reagir” a um roubo.  Para aqueles que defendem uma reação acima de todo e qualquer risco, movido por uma pseudo-honra (em que o policial não pode sofrer um roubo) pense que você poderá defender muito mais pessoas “sobrevivendo” ao maior número possível de ocorrências, e que apesar de policiais somos passíveis a sermos vítimas de crime como as demais pessoas – da mesma forma como um médico pode ser acometido por uma moléstia, mesmo conhecendo todas as possíveis formas de evitá-la.

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